| Acho que mais do que uma opção, acaba sendo uma determinação o fato de só podermos realizar mudanças pontuais e lentas. Uma mobilização dos países, sobretudo aqueles que sustentam o acúmulo de riquezas nas mãos de poucos, talvez seja a solução no combate à desigualdade e, consequentemente, a muitos do males de nossa sociedade.
Quanto ao controle social tenho receios. Vocês já devem ter ouvido falar do panóptico de Foucault. Mas se não ouviram devem facilmente perceber que somos irremediavelmente, para o bem e para o mal, refém de nossas próprias leis, sanções e protocolos, que uns estão mais sujeitos a sofrer as consequências desse aparato (os pobres, os loucos, os criminosos), enquanto outros estão mais sujeito a comandar esse aparato. Espero, ingenuamente - talvez porque acredite no homem, nessa invenção que é o homem - que a participação de mais pessoas da política, de maneira direta, não sirva como uma grande engrenagem a um sistema de vigilância punitivo como o proposto pelo filósofo. Espero que o controle social existente, ainda que punitivo e vigilante, esteja antes de tudo voltado para o fim das exclusões, das desigualdades, da indiferença para com o sofrimentos alheio, enfim, que esteja voltado para eliminar todos os males que levam as pessoas a terem de ser punidas e vigiadas.
Abraços. |