| A mídia é um poder? A própria pergunta parece nos sugerir uma resposta: a mídia é tão importante e poderosa quanto um poder - ou quase isso -, e isso justifica que nos perguntemos se ela é um poder. Mas, vamos lá, vamos ao importante.
Um colega nosso, Marcelo, fez sua sugestão sobre os fundamentos do uso da Internet (eu também fiz a minha sugestão, embora não a saiba qualificar como objetivo, fundamento ou princípio, razão pela qual a repeti nos artigos respectivos). Eu acho muito importante a sugestão do colega quando diz [V - gestão participativa sobre as redes digitais]. Ouso, entretanto a alteração da sugestão para [gestão popular sobre as redes digitais], pelos motivos a seguir explicitados.
Muita gente diz que a mídia é um poder, então aceitemos a grandiosidade disso, da mídia e, portanto, da Internet. Sendo a mídia um poder, ou algo próximo disso, procedamos às analogias. Como se dão as eleições/ nomeações para os poderes? Resposta: pelo voto popular, salvo o Judiciário e órgãos institucionais como o Ministério Público. São representantes do povo, de grandes parcelas do povo que estão lá. Não tem 25% disso ou 10% daquilo. E digo isso porque é bem possível que um conselho de gestão da Internet seja implementado, absurdamente, com [sei lá] 30 ou 40% destinado às empresas de Internet ou algo assim. É o povo que deve estar representando lá, o povo e tão somente. Se for muito absurdo a idéia de eleição, ou de "Ministros de carreira", ou "Ministros de grande saber de Internet e etc, etc", se for muito absurdo isso, que, em todo caso, seja o povo que faça o gerenciamento da mídia, a Internet, como poderes que elas são, ou quase isso.
Pode ser que alguém seja a favor de que NÃO aja gestão/ regulamentação nenhuma da mídia: e talvez esteja certo. Equiparar a Internet a um poder é perigoso. Mas ela de fato é tão importante quanto um poder, embora, a meu ver, melhor mesmo é continuasse como as coisa estão - é o que me parece. Gestão só se for popular. ENTÃO, CASO ADVENHA ALGUM GESTÃO DEVE SER UMA GESTÃO TOTALMENTE POPULAR, AINDA QUE QUALIFICADA. TRATA-SE PORTANTO DE UMA GESTÃO POLÍTICA, NÃO TÉCNICA. TALVEZ SEJA NECESSÁRIO ALGUM AJUSTE NISSO POIS, O JUDICIÁRIO, PARECE UM EQUILÍBRIO DISSO, SÃO CARGOS POLÍTICOS (SALVO ENGANO - HÁ NOMEAÇÕES, ELEIÇÕES INTERNAS) MAS ALTAMENTE CAPACITADOS (TÉCNICAMENTE/ CIENTÍFICAMENTE). SERIA POSSÍVEL, ENTRETANTO, COMO ACONTECE COM O EXECUTIVO E O LEGISLATIVO, QUE AS DECISÕES INICIAIS E FINAIS SEJAM POLÍTICAS, MAS O PROCESSO SEJA AUXILIADO POR PESSOAS TECNICA E CIENTIFICAMENTE QUALIFICADAS. ISSO QUE EU ESTOU DIZENDO, ENTENDAM BEM, SE APLICARIA À GESTÃO DAS MÍDIAS, ISTO É, AS DECISÕES SERIAM POLÍTICAS, MAS HAVERIA AUXÍLIO DE PESSOAS CAPACITADAS. Ideal mesmo é que essa gestão servisse para fazer valer, principalmente, os ideais de liberdade de informação e para se preocupar com a proteção contra crimes virtuais. DEVE SER UMA GESTÃO, ENTRETANTO, LIVRE DE INTERESSES COMERCIAIS E CAPITALISTAS !!!
Ainda seguindo essa trilha por mim iniciada, a saber, essa trilha que considera a Mídia/ a Internet um quase-poder, é necessário apontar que o poder deve ser exercido diretamente pelos cidadãos, e creio que a consolidação da democracia depende de um fortalecimento e uma efetivação disso - para além das represetações indiretas. Assim, a mídia e os demais poderes devem ser descentralizados: regionalizados, estadualizados, municipalizados, zonificados, bairrificados, individualizados, domiciliados. |