| Estou apenas começando a entender mais sobre nosso próprio sistema, o proporcional.
Mas pelo pouquinho que li, aqui mesmo no E-democracia, o argumento de quem defende tal sistema é que seria possível um partido ter, por exemplo, 10% ou, exagerando bastante, 20% dos votos nacionais e eleger alguns pouquíssimos deputados de um total de mais de 500.
Mas o que vocês que defendem tal argumento esquecem é que nós cidadãos, nós todos, não parecemos muito interessados em votar em partido nenhum. Posso estar enganado, pois há que se considerar que muita gente sem acesso a Internet não participou das manifestações, a perspectiva midiática influindo na formação da opinião popular é um fator... Mas o que ouvimos repetidamente é que as pessoas estão totalmente descrentes nos partidos, o que falso ou verdadeiro, incutido ou não incutido, é o que circula por aí.
Eu, particularmente, acho que há muita verdade nisso. Ninguém ouve falar em convenção partidária. Os partidários não tem poder de voto, ao que sei, nessas convenções. Ninguém ouve um partido convocando as pessoas a participarem dele efetivamente - e não apenas para ser mais um filiado. E participar de um partido é ter voto em suas escolhas, em suas decisões. Ninguém ouve isso, ninguém sente-se estimulando a participar dos partidos, formando na opinião das pessoas, imagino, o senso de que os partidos são fechados em si e não as representam de fato.
Concluindo: se eu votei num candidato do partido X, da minha região, de nada adianta que tal partido tenha tido muitos votos em outras regiões, que tenha elegido candidatos por lá, se o candidato da minha região não foi eleito.
As pessoas, além disso, parecem ter formado consenso que a esquerda e a direita não são opostas como tais designações sugerem e que a verdadeira mudança adviria de candidatos de suas próprias localidades.
Por quê? Porque esses candidatos conhecem sua própria região, que tem realidade diversa das demais. Uma região tem problema no transporte, Outra tem que se preocupar com a agropecuária. Outra tem problema com violência. Outra tem muitos casos de preconceito contra uma determinada fração da sociedade. Todos esses problemas suscitarão soluções que poderão beneficiar não cada região, individualmente, mas todo o país. |