Luis Eduardo Rego Freitas:
Um porém, é que nos sistemas onde há redistribuição de votos, a exemplo da proporcional utilizada no Brasil e no VUT, como os votos podem ser realocados para outros candidatos a tendência é que os partidos incentivem a participação do máximo de candidatos possível, o que encarece bastante as eleições.
É por isso que defendo o financiamento de campanhas completamente privado, por pessoas físicas e empresas. Se as eleições ficam mais caras devido a escolha deles, então eles que arquem com esses custos. Um pagar pelo erro do outro é
moral hazard, algo que deve ser evitado a todo custo. Os partidos políticos já tem isenção de imposto, não? Não bastando isso, recebem dinheiro público?
Uma grande preocupação em torno das campanhas é colocado, mas não entendo o porquê. É como se acreditassem que o povo brasileiro é idiota e ingênuo e basta uma propaganda com apelo forte para convencê-lo. Então o TSE tem que agir como babá do povo brasileiro, decidindo como e quais propagandas são ou não são adequadas para serem vistas pelas pessoas.
É verdade que, quem tem mais dinheiro consegue pagar para ter maior visibilidade, mas isso não quer dizer que consegue maior aceitação. Uma campanha onde o próprio candidato visita pessoa por pessoa conversando com elas e expondo sua proposta tem menor visibilidade, mas maior chance de aceitação.
Luis Eduardo Rego Freitas:
Quando os partidos têm o monopólio das listas de candidatos e a fidelidade partidária, pouco importa quem está no parlamento, são apenas marionetes. A posição do partido prevalece sobre qualquer debate de opinião. Observe. Eu vejo a política brasileira atual assim. Escolha o que você quer enxergar.
Eu defendo, assim como imagino que você também defende, a candidatura avulsa e até mesmo o fim dos partidos. Partido, hoje em dia, é apenas uma sigla e um número, totalmente vazio de significado. Na candidatura avulsa, o partido se revela de acordo com a proposta que o candidato defende, ao invés de um carimbo, um rótulo, que é colocado nele. Incluindo, claro, que isso acaba com o monopólio dos partidos políticos.
E, finalmente, reiterando o principal ponto da minha crítica ao voto distrital (que é o que Arthus falou naquele outro tópico que expõe as propostas de novos sistemas eleitorais): A divisão dos distritos pode comprometer as eleições, inclusive, ao invés de despedaçar minorias (que é o caso que me preocupa, pois o partido que defendo se organiza pela Internet),
despedaçar maiorias (instante 1:28). O eleito do distrito nunca irá representar a vontade de todos. Ele apresentou uma proposta que foi aceita por alguns e rejeitadas por outros, mas acabou eleito do mesmo jeito. Como exatamente esse eleito irá representar a vontade todos?